sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Tendências Pedagógicas

Tendência Tradicional

Nesta perspectiva liberal, a função da escola era preparar o indivíduo para as práticas sociais e valores liberais da burguesia. A escola era idealizada como um espaço de disciplinamento do aluno, ou seja, era um espaço de obediência, disciplina e adaptação. O professor dentro da sala de aula era visto como uma autoridade que disciplinava o aluno e promovia um ensino mecânico baseado na memorização de conteúdos. Os alunos eram seres passivos e não tinham o direito de questionar. A didática do professor seguia alguns pontos: transmitia o conteúdo e utilizava técnicas didáticas, como a repetição e a avaliação de carácter obrigatório (tanto escrita como oral). A avaliação era punitiva, dependia do desempenho do aluno. A forma com que o professor trabalhava os conteúdos era desligada da realidade social do aluno. São conteúdos que estão preocupados com o enciclopedismo, intelectualismo e humanismo baseados em uma cultura histórica normalmente europeia como a dos jesuítas. O método é pré-fabricado. Estes conteúdos e esta prática educacional têm duas características marcantes: a classificação-pois usa o método de estudo que separa os alunos que aprendem dos que não aprendem, o que exclui o aluno do processo de aprendizagem direcionando-o para outras atividades dentro dos estudos- e a seletividade-em que este processo educacional só se direciona para assuntos da alta sociedade.

Tendência Renovada

Entre o final do século XIX e o início do século XX, a escola passou a ter um papel mais atuante na realizade social do aluno. Houve uma difusão maior de escolas para que pudesse atender todo mundo.  Esta escola renovada vai ter duas vertentes a diretiva e a não diretiva.

Renovada Diretiva

A diretiva vai alcançar no começo do século XX uma escola não com um mero espaço, mas como um ambiente que deve ser favorável para as experiências do aluno, o qual deve propiciar o aprendizado do mesmo. O ambiente deve ser estimulador e o ensino do professor também, para que o aluno realmente se interesse pelos estímulos, ou seja, os estímulos são os desafios e atividades que o professor realiza em sala. O que vai acontecer  é que mesmo que o professor não exija a execução da  atividades, o aluno vai permanecer executando-as, porque ele se interessou  por ela. O ambiente estimula o aluno para que a partir dele surja a necessidade de aprender. Por isso, ao invés de trabalhar os conteúdos da tendência tradicional, neste novo padrão, a escola vai trabalhar com conteúdos que se direcione para a realidade do estudante. Os conteúdos devem se adaptar de acordo com as necessidades da vida diária do aluno. Então, para que o ambiente seja voltado para a realidade e as necessidades dos alunos, o professor deve apresentar situações problemas, as quais o aluno precisará resolver. Valorizar o trabalho em grupo porque estará buscando uma aproximação daquilo que o aluno vivencia no dia a dia, deve buscar desenvolver um conteúdo de natureza, obviamente científica, mas deve ser um conteúdo em que o aluno possa de fato aplicar tanto nas suas necessidades diárias, quanto no mundo da socialização, das relações intrapessoais, como também na compreensão do mundo a sua volta a partir de si e é aí que entra o intrapessoal. A escola está preocupada com essas questões, o professor não perde a sua posição de autoridade, mas a autoridade do professor não decorre agora da necessidade do autoritarismo, porque ele ainda é o condutor das atividades pedagógicas, metodológicas e didáticas. Quando ele é um professor que tem autoridade perante a turma (autoridade horizontal) exercendo o papel de mediador, sendo ele responsável por mediar as relações entre o aluno, o meio e o  conteúdo. O professor deve apresentar os problemas ao aluno e contribuir para que o aluno viva novas experiências. O professor não busca simplesmente adaptar o estudante a uma nova sociedade, mas capacita-o para que ele tenha o máximo de experiências possíveis na escola e aprenda a ser autônomo.

Tendência Não-Diretiva

 Além da escola renovada diretiva vamos ter também a tendência renovada não-diretiva que foi defendida pelo americano Carl Rogers. Os conteúdos que se aprendiam na escola não tinham muita importância e o professor estimulava o aluno sem dar ênfase aos conteúdos e sim às questões psicológicas do educando. O professor queria transformar o aluno para que ele fosse no ponto de vista psicológico: saudável, motivado, interessado e capaz de aprender; para que a partir dessa aprendizagem ele tenha uma nova percepção da realizada. Então o professor é mais um terapeuta do que um professor que repassa os conteúdos.

Tendência Tecnicista

A tendência liberal tecnicista tem um marca liberal enorme, porque ela é voltada para o mercado de trabalho. Na verdade ela vai preparar os indivíduos para o trabalho e molda uma pessoa para uma determinada finalidade, ou seja, produzir mão de obra. Para isso ela vai utilizar manuais, apostilas, livros, os quais os conteúdos técnicos que são aplicados no dia a dia do trabalho são muito objetivos e estão baseados na reprodução desses materias. O aluno é aquele que é preparado para o mercado de trabalho e é o responsável pela transmissão do conteúdo. O professor avalia a postura do aluno que vai se integrar no mercado de trabalho. No Brasil essa escola vai influenciar o currículo da LDB nos anos 60 e 70 em que a educação brasileira é dualista.

Tendência Progressista

Na tendência progressista surgirá o aspecto político para a educação, porque quando a escola quer ser tradicional ela desvincula as questões sociais das questões educacionais. Por exemplo: problemas políticos econômicos são problemas que pertencem à sociedade e os problemas pedagógicos pertencem à instituição escolar. Só que na verdade ambos andam juntos. O aluno não aprende porque ele tem uma deficiência cognitiva, mas sim porque ele esta com fome. Então o problema social está trazendo uma dificuldade na escola. Então veja que a escola está o tempo todo vinculada às questões sociais e ela precisa ter conhecimento do cenário social. A escola nesta percepção está integrada não somente à pratica educativa,  mas em todos os ambientes da sociedade.

Tendência Libertaria

Essa tendência está vinculada ao anarquismo que é uma forma de governo estipulada pelos grupos que não há um domínio direto do estado onde sua própria gestão (autogestionária) é administrada pelos conselhos que vão definir as regras escolares e como elas devem funcionar, ou seja, seu currículo e método pedagógico. Na tendência libertaria temos um distanciamento da burocracia estatal, a educação é voltada para toda aprendizagem e necessidade do aluno. O professor é um orientador que lança desafios para o aluno, que propõe conteúdos de problemas práticos, mas não cobra o exame ao aluno. O professor quer na verdade que o aluno mostre na prática o que ele aprendeu.

Tendência Libertadora

         É chamada de escola de Paulo Freire, para ele a escola não é um mero espaço, ela é um ambiente de transformação social, os conteúdos na escola libertadora não valoriza o programa curricular formal. Para Paulo freire o programa curricular formal tende a formar uma coisa chamada educação bancária, ou seja, nesses moldes os conteúdos são depositados dentro dos alunos que precisam guardar esses conteúdos, mas nem sempre conseguem articular o uso deles com a realidade e com as necessidades sociais. Os educandos são um mero depósito de conteúdos, os quais não são estimulados a utilizá-los de forma crítica e prática. Paulo Freire valoriza os temas geradores, que são temas que condizem com a realidade do educando ligados ao trabalho e as relações sociais. No ponto de vista de Paulo Freire precisamos valorizar esses conhecimentos preliminares do aluno para que ele possa desenvolver e refletir o conteúdo dentro dele, através do diálogo entre professor e aluno em uma relação horizontal. O professor aprende com o aluno e o aluno aprende com o professor. Esse diálogo vai levar à construção do aluno (construtivismo) porque para Paulo freire é importante que o conhecimento seja construído para estar fielmente ligado à realidade do educando. Na relação professor e aluno a realidade vai mediatizar essa relação, ou seja, é a realidade que oferece informações, ideias dominantes, questões sociais, subsídio para que professor e aluno possa realizar o processo de compreensão, dialogando para compreender a realidade e chegando a uma conclusão da consciência sobre realidade. A finalidade da educação é justamente formar uma consciência crítica.


Tendência CrÍtico-Social dos Conteúdos


         Na década de 70 e 80, o Brasil queria um processo de educação que realmente ensinasse e incluísse o aluno no mercado de trabalho. Não basta simplesmente humanizar e democratizar a educação, ela tem que ser eficiente. Conteúdos que chamamos de universais que são justamente esses da base comum, precisam ser difundidos e ligados à realidade social. E quem tinha a função de preparar e fortalecer o indivíduo era o professor. Para Libâneo a escola é responsável por uma educação de qualidade, mas dentro de suas estruturas(limites). O papel do professor mediador é estimular o aluno para que ele compreenda a sua realidade, apresentando desafios ao mesmo. O estudante tem uma visão fragmentada e desordenada da realidade, o aluno vai para a escola e passa pelo processo de intervenção do professor (processo de orientação) e a partir dele o estudante vai passar a ter uma nova visão da sociedade (organizada e unificada). Porém, com um tempero de criticidade levando à autonomia, ou seja, deixa de ser influenciadas pelos outros e passa a seguir suas próprias convicções, porque tem consciência crítica para isso.

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