Tendência Tradicional
Nesta
perspectiva liberal, a função da escola era preparar o indivíduo para as
práticas sociais e valores liberais da burguesia. A escola era idealizada como
um espaço de disciplinamento do aluno, ou seja, era um espaço de obediência,
disciplina e adaptação. O professor dentro da sala de aula era visto como uma
autoridade que disciplinava o aluno e promovia um ensino mecânico baseado na
memorização de conteúdos. Os alunos eram seres passivos e não tinham o direito
de questionar. A didática do professor seguia alguns pontos: transmitia o
conteúdo e utilizava técnicas didáticas, como a repetição e a avaliação de
carácter obrigatório (tanto escrita como oral). A avaliação era punitiva,
dependia do desempenho do aluno. A forma com que o professor trabalhava os
conteúdos era desligada da realidade social do aluno. São conteúdos que estão
preocupados com o enciclopedismo, intelectualismo e humanismo baseados em uma
cultura histórica normalmente europeia como a dos jesuítas. O método é pré-fabricado.
Estes conteúdos e esta prática educacional têm duas características marcantes:
a classificação-pois usa o método de estudo que separa os alunos que aprendem
dos que não aprendem, o que exclui o aluno do processo de aprendizagem
direcionando-o para outras atividades dentro dos estudos- e a seletividade-em
que este processo educacional só se direciona para assuntos da alta sociedade.
Tendência Renovada
Entre
o final do século XIX e o início do século XX, a escola passou a ter um papel
mais atuante na realizade social do aluno. Houve uma difusão maior de escolas
para que pudesse atender todo mundo. Esta escola renovada vai ter duas vertentes a
diretiva e a não diretiva.
Renovada Diretiva
A
diretiva vai alcançar no começo do século XX uma escola não com um mero espaço,
mas como um ambiente que deve ser favorável para as experiências do aluno, o
qual deve propiciar o aprendizado do mesmo. O ambiente deve ser estimulador e o
ensino do professor também, para que o aluno realmente se interesse pelos
estímulos, ou seja, os estímulos são os desafios e atividades que o professor
realiza em sala. O que vai acontecer é que
mesmo que o professor não exija a execução da
atividades, o aluno vai permanecer executando-as, porque ele se interessou
por ela. O ambiente estimula o aluno para
que a partir dele surja a necessidade de aprender. Por isso, ao invés de
trabalhar os conteúdos da tendência tradicional, neste novo padrão, a escola
vai trabalhar com conteúdos que se direcione para a realidade do estudante. Os
conteúdos devem se adaptar de acordo com as necessidades da vida diária do
aluno. Então, para que o ambiente seja voltado para a realidade e as
necessidades dos alunos, o professor deve apresentar situações problemas, as
quais o aluno precisará resolver. Valorizar o trabalho em grupo porque estará
buscando uma aproximação daquilo que o aluno vivencia no dia a dia, deve buscar
desenvolver um conteúdo de natureza, obviamente científica, mas deve ser um conteúdo
em que o aluno possa de fato aplicar tanto nas suas necessidades diárias,
quanto no mundo da socialização, das relações intrapessoais, como também na
compreensão do mundo a sua volta a partir de si e é aí que entra o intrapessoal.
A escola está preocupada com essas questões, o professor não perde a sua
posição de autoridade, mas a autoridade do professor não decorre agora da
necessidade do autoritarismo, porque ele ainda é o condutor das atividades pedagógicas,
metodológicas e didáticas. Quando ele é um professor que tem autoridade perante
a turma (autoridade horizontal) exercendo o papel de mediador, sendo ele responsável
por mediar as relações entre o aluno, o meio e o conteúdo. O professor deve apresentar os
problemas ao aluno e contribuir para que o aluno viva novas experiências. O
professor não busca simplesmente adaptar o estudante a uma nova sociedade, mas
capacita-o para que ele tenha o máximo de experiências possíveis na escola e
aprenda a ser autônomo.
Tendência Não-Diretiva
Além
da escola renovada diretiva vamos ter também a tendência renovada não-diretiva que
foi defendida pelo americano Carl Rogers. Os conteúdos que se aprendiam na
escola não tinham muita importância e o professor estimulava o aluno sem dar
ênfase aos conteúdos e sim às questões psicológicas do educando. O professor
queria transformar o aluno para que ele fosse no ponto de vista psicológico: saudável,
motivado, interessado e capaz de aprender; para que a partir dessa aprendizagem
ele tenha uma nova percepção da realizada. Então o professor é mais um terapeuta
do que um professor que repassa os conteúdos.
Tendência Tecnicista
A tendência
liberal tecnicista tem um marca liberal enorme, porque ela é voltada para o
mercado de trabalho. Na verdade ela vai preparar os indivíduos para o trabalho
e molda uma pessoa para uma determinada finalidade, ou seja, produzir mão de
obra. Para isso ela vai utilizar manuais, apostilas, livros, os quais os conteúdos
técnicos que são aplicados no dia a dia do trabalho são muito objetivos e estão
baseados na reprodução desses materias. O aluno é aquele que é preparado para o
mercado de trabalho e é o responsável pela transmissão do conteúdo. O professor
avalia a postura do aluno que vai se integrar no mercado de trabalho. No Brasil
essa escola vai influenciar o currículo da LDB nos anos 60 e 70 em que a
educação brasileira é dualista.
Tendência Progressista
Na tendência
progressista surgirá o aspecto político para a educação, porque quando a escola
quer ser tradicional ela desvincula as questões sociais das questões
educacionais. Por exemplo: problemas políticos econômicos são problemas que
pertencem à sociedade e os problemas pedagógicos pertencem à instituição
escolar. Só que na verdade ambos andam juntos. O aluno não aprende porque ele
tem uma deficiência cognitiva, mas sim porque ele esta com fome. Então o
problema social está trazendo uma dificuldade na escola. Então veja que a
escola está o tempo todo vinculada às questões sociais e ela precisa ter
conhecimento do cenário social. A escola nesta percepção está integrada não
somente à pratica educativa, mas em
todos os ambientes da sociedade.
Tendência Libertaria
Essa
tendência está vinculada ao anarquismo que é uma forma de governo estipulada
pelos grupos que não há um domínio direto do estado onde sua própria gestão (autogestionária)
é administrada pelos conselhos que vão definir as regras escolares e como elas
devem funcionar, ou seja, seu currículo e método pedagógico. Na tendência
libertaria temos um distanciamento da burocracia estatal, a educação é voltada
para toda aprendizagem e necessidade do aluno. O professor é um orientador que lança
desafios para o aluno, que propõe conteúdos de problemas práticos, mas não
cobra o exame ao aluno. O professor quer na verdade que o aluno mostre na prática
o que ele aprendeu.
Tendência Libertadora
É chamada de escola de Paulo Freire,
para ele a escola não é um mero espaço, ela é um ambiente de transformação
social, os conteúdos na escola libertadora não valoriza o programa curricular
formal. Para Paulo freire o programa curricular formal tende a formar uma coisa
chamada educação bancária, ou seja, nesses moldes os conteúdos são depositados
dentro dos alunos que precisam guardar esses conteúdos, mas nem sempre
conseguem articular o uso deles com a realidade e com as necessidades sociais.
Os educandos são um mero depósito de conteúdos, os quais não são estimulados a
utilizá-los de forma crítica e prática. Paulo Freire valoriza os temas
geradores, que são temas que condizem com a realidade do educando ligados ao
trabalho e as relações sociais. No ponto de vista de Paulo Freire precisamos
valorizar esses conhecimentos preliminares do aluno para que ele possa
desenvolver e refletir o conteúdo dentro dele, através do diálogo entre
professor e aluno em uma relação horizontal. O professor aprende com o aluno e o
aluno aprende com o professor. Esse diálogo vai levar à construção do aluno
(construtivismo) porque para Paulo freire é importante que o conhecimento seja
construído para estar fielmente ligado à realidade do educando. Na relação
professor e aluno a realidade vai mediatizar essa relação, ou seja, é a
realidade que oferece informações, ideias dominantes, questões sociais, subsídio
para que professor e aluno possa realizar o processo de compreensão, dialogando
para compreender a realidade e chegando a uma conclusão da consciência sobre
realidade. A finalidade da educação é justamente formar uma consciência
crítica.
Tendência CrÍtico-Social dos Conteúdos
Na década de 70 e 80, o Brasil queria
um processo de educação que realmente ensinasse e incluísse o aluno no mercado
de trabalho. Não basta simplesmente humanizar e democratizar a educação, ela
tem que ser eficiente. Conteúdos que chamamos de universais que são justamente
esses da base comum, precisam ser difundidos e ligados à realidade social. E
quem tinha a função de preparar e fortalecer o indivíduo era o professor. Para Libâneo
a escola é responsável por uma educação de qualidade, mas dentro de suas
estruturas(limites). O papel do professor mediador é estimular o aluno para que
ele compreenda a sua realidade, apresentando desafios ao mesmo. O estudante tem
uma visão fragmentada e desordenada da realidade, o aluno vai para a escola e
passa pelo processo de intervenção do professor (processo de orientação) e a
partir dele o estudante vai passar a ter uma nova visão da sociedade (organizada
e unificada). Porém, com um tempero de criticidade levando à autonomia, ou
seja, deixa de ser influenciadas pelos outros e passa a seguir suas próprias
convicções, porque tem consciência crítica para isso.
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